Apresenta-se aqui a tradução
de um texto com que Ferrol presta homeagem ao seu filho Ballester. Para
ler o original, clique na figura que encabeça estas linhas. |
Gonzalo
Torrente Ballester
Gonzalo Torrente Ballester nasceu a 13 de Junho de 1910 no lugar dos
Currás, em Serantes, na casa dos avós maternos, exactamente
no dia do padroeiro de San Antón da Cabana. Este ambiente rústico
será uma recorrência da sua obra: aqui, sob a protecção
dos seus avós, representantes da dicotomia entre o racionalismo
e a superstição, viverá muito tempo, na ausência
do pai que era marinheiro.
Com quatro anos sabe ler os títulos dos jornais da cidade, graças
às lições que recebeu de Dona Concha, que dava aulas
no terceiro andar da Rua Dolores. Amante do teatro, é assíduo
espectador das obras teatrais do Jofre.
No ano de 1921 descobre-se-lhe uma considerável miopia -- circunstância
que mata as suas esperanças de ser marinheiro e o levará
a decidir-se pela carreira de Filosofía e Letras. Parte para Oviedo
(onde entra em contacto com as figuras de Johan Carballeira, Rafael Dieste
e Carlos Maside) e daí para Vigo e Bueu onde conhecerá a
sua primeira muller, Josefina Malvido, estudante do Magistério.
Em 1934 filia-se no Partido Galego, de que será o secretário
local sob a presidência de D. Ricardo Carvalho Calero. Estala a Guerra
Civil na altura em que desfruta duma bolsa de estudos em Paris. Regressa
para se inscrever como professor no Instituto Concepción Arenal
e daí passa a Santiago e novamente a Ferrol, en 1942 -- época
que recriará activamente em O Casamento de Chon Recalde (1995).
Muda-se para Madrid e começa a colaborar no jornal Arriba, na
Rádio Nacional de Espanha e outros meios de comunicação.
Em 1959, um ano após a morte da sua mulher, publica El señor
llega, a primeira das obras da trilogia Os Prazeres e as Sombras,
com a qual ganha o prémio da Fundação Marcha. Um ano
depois casa de novo. Em 1963 publica Don Juan -- para o autor, um
dos seus melhores romances. Da sua estadia nos Estados Unidos, como professor
de literatura, entre 1965 e 1971, nasce A Saga/Fuga de J.B., apresentado
em Madrid por Dionisio Ridruejo. O romance, fruto do traballo destes anos
na América, ganha o prémio da Crítica e o "Ciudad
de Barcelona".
Quando regressa, instala-se em Orcasitas (Madrid) e posteriormente em
Vigo. Em 1975, quando procura o clima seco de Castela, que o seu reumatismo
exige, consegue a transferência para um Instituto de Salamanca e,
quase simultaneamente, é nomeado académico da Real Academia
Espanhola da Língua.
Em 1980 jubila-se como catedrático de Instituto. Na ocasião
organizou-se em Salamanca uma grande homenagem, a que se juntou o próprio
Ministério da Educação.
A partir deste ano começa para Torrente Ballester uma roda de
reconhecimentos e homenagens que mais não fazem senão reconhecer
os seus muitos méritos como escritor e romancista. Entre eles destaca-se
o doutoramento "honoris causa" pelas Universidades de Santiago, Salamanca
e Havana, filho predilecto de Ferrol e Salamanca, o prémio Cervantes,
o nobel das letras espanholas, em 1985, e "Chevalier d'Honneur des Arts
e des Lettres" da República Francesa.
A sua figura dá nome aos prémios atribuídos pela
Deputación Provincial da Coruña desde 1989.
Na cidade existe uma placa comemorativa na casa natal de Torrentes,
em Currás (Serantes)
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