O TEXTO DE OPINIÃO FILOSÓFICA

 



1. O que é um texto de opinião filosófica?  
 
 
 
Um texto de opinião é uma exposição que exprime os pontos de vista pessoais sobre um determinado assunto. Um texto de opinião filosófica é então uma exposição que exprime os pontos de vista pessoais sobre um determinado assunto filosófico. 

O objectivo do autor é fazer uma análise do problema e demonstrar ao leitor o valor da sua opinião. 

O texto de opinião clarifica o sentido dos pontos de vista do autor utilizando alguns conceitos. 

O autor formula assim um problema abstracto que ele tenta esclarecer de maneira racional com a ajuda da análise de conceitos e de argumentos. 

O texto de opinião filosófica deve conter entre 250 e 500 palavras 

 

 




  2. As partes de um texto de opinião filosófica
O Título O título é obrigatório. 

O título do texto deve reflectir o assunto e a opinião expressa no mesmo. 

 

Primeiro parágrafo ...a introdução (cerca de 30 palavras). 

Identificação de um dado assunto. Uma pergunta, uma dificuldade ou um problema filosófico deve ser referenciado desde o início do texto. É esta pergunta, esta dificuldade ou este problema que o texto procurará apresentar e que servirá de ponto de apoio à opinião.  

 

Segundo parágrafo Análise do problema (cerca de 150 palavras) 

Informação. O autor apresenta as informações de que dispõe para estudar esse problema. Deve fazer referência às suas leituras filosóficas ou aos seus conhecimentos gerais. Se utiliza, por exemplo, um caso particular ou experiências pessoais,  deve mostrar no que é que elas comportam uma lição de alcance geral. 

 

Terceiro parágrafo Tomada de posição e argumentação (cerca de l50 palavras) 

Tomada de posição 
O autor de um texto de opinião apresenta um ponto de vista pessoal sobre o assunto do texto: ele deve então afirmar claramente a sua opinião. Tomar posição, é não ser neutro face a uma realidade, contentando-se em a descrever, mas ao contrário estar a favor ou contra alguma coisa. 

Argumentos: 
O autor elabora todo o seu texto para demonstrar ao leitor que ele tem razões para tomar esta posição. Ele deve argumentar a favor do seu ponto de vista. Os argumentos são os meios utilizados para atingir o seu objectivo que consiste em apresentar e apoiar a sua opinião sobre o assunto. Os argumentos são o conjunto das razões utilizadas para um autor sustentar a posição pessoal que defende no seu texto. Para fazer a demonstração que ele pretende, um texto de opinião comporta então necessariamente alguns argumentos (pelo menos 3). Estes argumentos devem ser racionais e gerais: é preciso evitar a subjectividade ou ignorar os contra-argumentos possíveis. 

 

Quarto parágrafo A conclusão (cerca de 30 palavras) 

No fim do seu trabalho, o autor resume a sua argumentação e mostra que ela justifica a sua tomada de posição. 

 

 




  3. Exemplo 
Carla Alexandra 
Turma X 
06/10/1966 

 

DEVEMOS SER PASSIVOS DIANTE DO DESTINO? 

No seu Manual, Epicteto  considera que é preciso aceitar completamente as coisas que não dependem de nós. É preciso permanecer impassível perante a partida de um ente querido ou em relação à morte dos nossos familiares. Será uma tal posição humanamente aceitável? 

A filosofia de Epitecto faz-me pensar na prece dos alcoólicos anónimos. Eles repetem todos os dias as palavras seguintes: " Senhor, dai-me a coragem para aceitar  o que não posso mudar, a vontade de mudar o que eu posso mudar, e a sabedoria para descobrir a diferença entre os dois." Epitecto também faz referência à vontade dos deuses. Para ele cada pessoa tem um destino, e é inútil opor-se-lhe. As únicas coisas que nós controlamos são interiores: o pensamento, as emoções, a vontade de agir. Mas nós não controlamos os pensamentos das outras pessoas. A atitude que ele recomenda é fria e passiva. 

Pela minha parte, não aprovo esta atitude. Considero que nós controlamos, em parte, o nosso destino. Não tomando a atitude de afirmar que nós possuímos uma liberdade total, decido-me por considerar que temos uma liberdade parcial. Epitecto refere que nós não podemos controlar as atitudes das outras pessoas em relação a nós. Tal afirmação é, em parte, falsa. Cada um pode influenciar a opinião dos outros. Enquanto comunicamos e nos afirmamos, acontece que mudamos a opinião que qualquer pessoa tem de nós. Em seguida, manifestar uma atitude fria e passiva perante a morte de um familiar parece-me completamente desumano. Toda a pessoa que tem coração chora se um ente querido desaparece. É perfeitamente normal. Permanecer distante neste caso não pode ser verdadeiramente um ideal. Por último, penso que a diferença entre o que podemos e não podemos mudar depende bastante da nossa atitude: uma pessoa decidida irá mais longe na vida. 

Em conclusão, procurei mostrar que a filosofia de Epitecto não é realista. Cada um controla em parte o seu destino, embora, de facto, o não consiga controlar de modo absoluto.  

 

(texto com 332 palavras)
um texto (em francês) de Michel Robert et Robert Tremblay du cégep, Vieux Montréal
Tradução e adaptação de Celina Antunes e J. Costa
Arranjo gráfico de A.R.Gomes
 
 
O mocho
Página inicial d' O Canto da Filosofia
Índice geral
dos recursos
de Filosofia do 12º ano

 



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