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Um texto de opinião é
uma exposição que exprime os pontos de vista pessoais
sobre um determinado assunto. Um texto de
opinião filosófica é então uma
exposição que exprime os pontos de vista pessoais
sobre um determinado assunto filosófico.
O objectivo do autor é fazer uma análise
do problema e demonstrar ao
leitor o valor da sua opinião.
O texto de opinião clarifica o sentido dos pontos
de vista do autor utilizando alguns conceitos.
O autor formula assim um problema abstracto que ele tenta
esclarecer de maneira racional com a ajuda da análise de
conceitos e de argumentos.
O texto de opinião filosófica deve conter entre
250 e 500 palavras
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Primeiro parágrafo |
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...a introdução
(cerca de 30 palavras).
Identificação de um dado assunto. Uma pergunta,
uma dificuldade ou um problema filosófico deve ser referenciado
desde o início do texto. É esta pergunta, esta dificuldade
ou este problema que o texto procurará apresentar e que
servirá de ponto de apoio à opinião.
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Segundo parágrafo |
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Análise do problema (cerca
de 150 palavras)
Informação. O autor
apresenta as informações de que dispõe para
estudar esse problema. Deve fazer referência às suas
leituras filosóficas ou aos seus conhecimentos gerais.
Se utiliza, por exemplo, um caso particular ou experiências
pessoais, deve mostrar no que é que elas comportam
uma lição de alcance geral.
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Terceiro parágrafo |
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Tomada de posição
e argumentação (cerca
de l50 palavras)
Tomada de posição.
O autor de um texto de opinião apresenta um ponto de
vista pessoal sobre o assunto do texto: ele deve então
afirmar claramente a sua opinião. Tomar posição,
é não ser neutro face a uma realidade, contentando-se
em a descrever, mas ao contrário estar a favor ou contra
alguma coisa.
Argumentos:
O autor elabora todo o seu texto para demonstrar ao leitor
que ele tem razões para tomar esta posição.
Ele deve argumentar a favor do seu ponto de vista. Os argumentos
são os meios utilizados para atingir o seu objectivo que
consiste em apresentar e apoiar a sua opinião sobre o assunto.
Os argumentos são o conjunto das razões utilizadas
para um autor sustentar a posição pessoal que defende
no seu texto. Para fazer a demonstração que ele
pretende, um texto de opinião comporta então necessariamente
alguns argumentos (pelo menos 3). Estes argumentos devem ser racionais
e gerais: é preciso evitar a subjectividade ou ignorar
os contra-argumentos possíveis.
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Carla Alexandra
Turma X
06/10/1966
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DEVEMOS SER PASSIVOS DIANTE DO DESTINO?
No seu Manual, Epicteto considera que é
preciso aceitar completamente as coisas que não dependem
de nós. É preciso permanecer impassível perante
a partida de um ente querido ou em relação à
morte dos nossos familiares. Será uma tal posição
humanamente aceitável?
A filosofia de Epitecto faz-me pensar na prece dos alcoólicos
anónimos. Eles repetem todos os dias as palavras seguintes:
" Senhor, dai-me a coragem para aceitar o que não
posso mudar, a vontade de mudar o que eu posso mudar, e a sabedoria
para descobrir a diferença entre os dois." Epitecto também
faz referência à vontade dos deuses. Para ele cada
pessoa tem um destino, e é inútil opor-se-lhe. As
únicas coisas que nós controlamos são interiores:
o pensamento, as emoções, a vontade de agir. Mas
nós não controlamos os pensamentos das outras pessoas.
A atitude que ele recomenda é fria e passiva.
Pela minha parte, não aprovo esta atitude. Considero
que nós controlamos, em parte, o nosso destino. Não
tomando a atitude de afirmar que nós possuímos uma
liberdade total, decido-me por considerar que temos uma liberdade
parcial. Epitecto refere que nós não podemos controlar
as atitudes das outras pessoas em relação a nós.
Tal afirmação é, em parte, falsa. Cada um
pode influenciar a opinião dos outros. Enquanto comunicamos
e nos afirmamos, acontece que mudamos a opinião que qualquer
pessoa tem de nós. Em seguida, manifestar uma atitude fria
e passiva perante a morte de um familiar parece-me completamente
desumano. Toda a pessoa que tem coração chora se
um ente querido desaparece. É perfeitamente normal. Permanecer
distante neste caso não pode ser verdadeiramente um ideal.
Por último, penso que a diferença entre o que podemos
e não podemos mudar depende bastante da nossa atitude:
uma pessoa decidida irá mais longe na vida.
Em conclusão, procurei mostrar que a filosofia de Epitecto
não é realista. Cada um controla em parte o seu
destino, embora, de facto, o não consiga controlar de modo
absoluto.
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