Ditos e ditotes Ele há cada um... Filósofo... em PESSOA
Maledicências... 
O mocho
Página inicial
Ameaças de filósofos Outros cantos Com prazo de validade Ciberfilosofias Lexicon
 

 
 

 

CANÇÃO DE ESTAR EM TERRA

 
Joaquim PESSOA

125 poemas: antologia poética, p. 67 [dados bibliográficos: aqui]


Da sede meu amor farei um barco.
Uma vela no porto. E ao vê-la perto
eu direi meu amor que por ti parto
e fico e firo e faço e sigo e ardo.

Direi a rosa o cravo o trevo o cardo.
Darei o corpo, amor. Direi um astro.
Ai flor de quem está farto farto farto
de rimar contra a maré em pinho incerto.

Que mais direi amor? Eu que maldigo
eu que mal amo as coisas conquistadas
que mais direi? Anéis corais espadas?
Já mal me há-de bastar o que eu não digo.

É aqui, de bruços sobre a espuma
que o mar nos causa a dor de estar em terra.
E as palavras nos doem uma a uma.
E os homens em Lisboa fazem guerra.

 

Transcrevemos este poema na passagem do 54º aniversário de Joaquim Pessoa. De/sobre o poeta leia ainda
o verbete respectivo no Lexicon

e os poemas
» Poema temperamental

» Palavras
» Soneto anti colonialista
» Quem

© 02/Fev

 
O mocho
Página inicial d' O Canto da Filosofia
Com prazo de validade
  Livro de visitas
Dê-nos a sua opinião:
assine o livro de visitas

 



FC - LinkExchange