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Bandeira espanhola

Este é um artigo de opinião sobre a guerra na Europa que teve início a 24/3/99, nomeadamente sobre a queda do caça "invisível" F-117 (abatido?).
[Ver o restante dossier].
 


Concerto rock no centro de Belgrado, de protesto contra os bombardeamentos. Numa alusão à queda do F117, Desculpem, não sabíamos que era invisível, diz o cartaz.
 

Opinión
segunda-feira, 29 de março de 1999
 
 
 

Alguém viu voar o avião invisível... e abateu-o: era Ícaro 

Por Luis Ignacio PARADA 

NA mitologia grega, Ícaro conseguiu escapar do labirinto em que tinha sido fechado pelo furioso Minos, usando umas asas feitas de penas que fixou às costas com cera. Dédalo, o seu pai, tinha-lhe recomendado que não voasse demasiado alto para não despertar a ira dos deuses nem demasiado baixo para evitar a vingança dos homens. O seu orgulho, contudo, impeliu-o à desobediência: embriagado pelo poder que lhe proporcionavam as suas asas aproximou-se tanto do Sol que a cera se fundiu e o imprudente precipitou-se no vazio. Um radar é um osciloscópio baseado na propriedade de reflexão e refracção das ondas electromagnéticas: conhecendo a velocidade a que se propagam pode-se saber a localização de qualquer objecto no espaço. A frequência da onda emitida é tão baixa que pode atravessar brumas, névoas e nuvens sem confundir massas metálicas com granizo ou bandos de pássaros. Para isso utiliza-se uma onda ultracurta de radiodifusão semelhante à que emitem os microondas domésticos e os telemóveis. Os aviões F-117A, orgulho da tecnologia aeronáutica americana, absorvem os sinais de radar em vez de os reflectir: a massa e o calor que geram os motores resultam indetectáveis. Ainda que invisível aos ecrãs do radar, um deles caiu abatido ontem: não pôde escapar do labirinto da guerra. Ouve lá, Ícaro, explica-nos outra vez essa coisa da vingança dos homens e da ira dos deuses.

© 1998 Prensa Española S.A. Reservados todos los derechos.


 
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