1999 em DESTAQUE


 
 

Torrente BallesterJan/27/1999
Por ocasião da sua morte, um pequeno dossier "Torrente Ballester -- In Memoriam" lembra a memória de um dos maiores escritores espanhóis do século XX.



Almeida GarrettFev/4/1999
No 2º centenário do nascimento (a 4/2/1799) do introdutor do Romantismo em Portugal, transcrição do 4º capítulo das Viagens na Minha Terra. De Almeida Garrett, claro.

Areal EditoresUma proposta interessante da Areal Editores: comemorar a efeméride desenvolvendo nas escolas o tema Almeida Garrett - um Homem e uma Época, no âmbito da Área-Escola, com recurso ao trabalho de projecto.



DoisneauFev/14/1999
Comemoramos o dia dos namorados com um poema de Almeida Garrett e um novo verbete de Lexicon: Amor. E a reprodução do... famoso beijo fotografado por Doisneau.

Porque é que "encontramos sempre tantos pares de namorados nos museus? (...)

Tal como a das igrejas, a arquitectura dos edifícios onde se instalam os museus convida à reflexão. Os tectos altos, ao mesmo tempo que parecem dizer-nos que somos muito pouco, também nos fazem sentir únicos. Talvez seja essa sensação de encontro connosco que nos permite uma maior aproximação aos outros.

Por outro lado, o sentimento de "estar apaixonado" como que nos impede de nos confrontarmos com coisas que nos perturbem negativamente. E os museus são o garante do encontro com o belo, mesmo que seja com o belo horrível! A carga erótica que a arte comporta contribui certamente também para que, quase inconscientemente, os pares de namorados escolham os museus para trocar afectos e expor os sentimentos.

E porque estes estados de espírito são contraditórios, a tranquilidade do ambiente dos museus, a ausência de ruído, devem saber bem quando o corpo e a mente fervilham de alegria e felicidade.(...)

Na aldeia de Roquemaure, perto de Avinhão, conservam-se piedosamente as relíquias de São Valentim, padroeiro dos namorados. É uma data pela qual a metade feminina da humanidade tenta desesperadamente interessar a metade masculina, com o objectivo, razoável e compreensível, de obter o testemunho singelo de um sentimento amoroso: um anel (que pode até ser de prata), um relógio (a Swatch todos os anos dá uma ajuda), um livro de poemas (talvez tenha sobrado algum depois do Congresso do PS), um sempre bem-vindo ramo de rosas, um perfume, enfim, para os totalmente destituídos de imaginação a quem o marketing dá uma ajuda nestas ocasiões: In Love Again, de YSL; Aimez-moi, de Caron, Envy, da Gucci ou Poème, da Lancôme." (Maria Elisa in Diário de Notícias de 14/2/99)

[veja como comemorámos este dia em 2000 e em 2003]



António AleixoFev/18/1999
Poeta popular português, António Aleixo nasceu em Vila Real de Santo António, a 18 de Fevereiro de 1889, tendo falecido em Loulé a 16 de Novembro de 1949. Para festejar o seu nascimento, o Canto transcreveu a introdução de Joaquim Magalhães a Este Livro que vos deixo... e algumas das suas quadras, exemplo notável do filosofar espontâneo.


Fev/23/1999
Lembrámos José Afonso (o Zeca), doze anos passados sobre a data em que nos deixou, através de uma bailia por ele musicada: a bailia de Airas Nunes [álbum Contos Velhos Rumos Novos, 1969].



MontaigneFev/28/1999
Em 1533 nascia Montaigne. No seu aniversário sintetizámos-lhe a vida e o pensamento/obra.


ConviteMar/18/1999
O Sindicato dos Professores da Região Centro realiza a 18/3/99 um debate subordinado ao tema "A Universidade e o desenvolvimento regional", no Salão da Assembleia Municipal de Viseu - Solar dos Peixotos. A iniciativa tem lugar na cidade e no momento em que decorre o V Congresso daquele Sindicato. Porque, (quase) inevitavelmente, se associa o referido debate à reivindicação dos viseenses de uma Universidade Pública para a cidade (e à defesa da Escola Pública, que os Sindicatos da FENPROF vêm promovendo), O Canto publica um artigo sobre o tema da autoria do professor Francisco de Almeida.


KosovoMar/24/1999
AP-Boris Grdanoski
Guerra na Europa -- uma perspectiva filosofante
Próxima do seu 50º aniversário, a NATO iniciou os ataques à Jugoslávia. Para a História, O Canto guarda as opiniões de Eduardo Lourenço (que denuncia o "espaço de anomia político-jurídica" aberto pelos Estados Unidos, afirmando que é a Europa (suicidária) "que está comprometida"), de José María Ortiz (que defende a intervenção da NATO contrapondo os valores da justiça e da ordem -- ou Sartre e Goethe), de Francisco Rubio Llorente (que analisa a guerra justa como problema moral na sociedade global  -- e as relações entre o Direito e a Justiça) e um comentário de Luis Ignacio Parada à queda do caça F-117 (na perspectiva do mito de Ícaro).


Cravo, símbolo de AbrilAbr/25/1999 - Os 25 anos de Abril
Em 25 de Abril de 1974 um "movimento militar" (uma revolução -- a "Revolução dos Cravos"? um golpe de Estado burguês?...) derrubou em Portugal o regime ditatorial identificado com Salazar e nessa data protagonizado por Marcelo Caetano. Tendo devolvido aos portugueses as liberdades fundamentais, o "25 de Abril" ficou como símbolo da liberdade. É por isso que o Canto se associa às comemorações dos 25 anos de Abril: a liberdade é a condição essencial da actividade filosofante. Deixamos aqui a memória dos dias/meses que prolongaram Abril, num poema (obviamente datado: 1975) de José Carlos Ary dos Santos: As Portas Que Abril Abriu.

||| Sobre o tema ver ainda o texto 25 de Abril, uma revolução? e 4 poemas sob o título comum A cor da liberdade.


F. PessoaJun/13/1999 - Fernando Pessoa nasceu há 111 anos
O Canto comemora a data publicando um texto sobre Fernando Pessoa: Poesia e Metafísica. Analisam-se nele as relações entre filosofia e poesia, exemplificando com o poeta aniversariante. Explica-se ainda a origem dos heterónimos a partir da reflexão metafísica pessoana sobre o mistério do ser.


HemingwayJul/21/1999 - H. Hemingway nasceu há 111 anos
O Canto comemora a data publicando uma nota que García Márquez escreveu quando soube da morte do escritor, com um título que, aparentemente, nega o facto de Hemingway se ter suicidado: Um homem que morreu de morte natural.

Ali Alatas Set/1999 - Ai, Timor!... 
Se outros calam, cantemos nós!
Timor LoroSae
Este senhor dá pelo nome de Ali Alatas. Com aquele gesto exprimiu o que pensava (ele e o governo indonésio, de que é ministro) sobre a independência (o povo) de Timor. A votação de final de Agosto (esmagadoramente pró-independência) parecia demonstrar que não há tiranos que vençam um povo determinado -- mas os horrores que se seguiram parecem apontar em sentido contrário.

Os timorenses estão a ser chacinados. O Canto convida-o a fazer algo por Timor Lorosae (pelos timorenses, sem os quais não há Timor)  -- e aqui lhe deixa alguns endereços... úteis (para enviar mensagem com um simples clique de rato)

Se preferir, pode preencher uma mensagem para a ONU, exigindo o envio de uma força para Timor. Procure em: http://www.netc.pt/start/go/home.html ou http://www.terravista.pt/meiapraia/1683/epet99.htm ou no Portal Teleweb.

Pode aproveitar ainda a página da rádio TSF. Ou um projecto de Rui Bebiano que dá pelo nome de NON!

Encontra informações na página das Nações Unidas sobre Timor. Ou em East Timor: Past, Present and Future. E, no jornal Público de 8/9/99, artigos de opinião de Mário Soares, António Tabucchi (Carta Aberta ao Secretário-geral da ONU), José Saramago e excertos de um artigo de Noam Chomsky publicado no jornal La Reppublica.



BachelardOut/16/1999 - Bachelard faleceu há 37 anos
O Canto lembrou a data publicando dois textos sobre ele:


F. PessoaNov/30/1999 - F. Pessoa faleceu há 64 anos
O Canto festejou-lhe o aniversário. Recorda agora a sua morte. Singelamente: 


O MENINO DA SUA MÃE

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas traspassado
-- Duas, de lado a lado --,
Jaz morto e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe."

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.



Ano 2000
@EyeWire
Dez/27/1999 - Dentro de dias começa o ano 2000, o ano do futuro
A polémica sobre a pertença do ano 2000 fez correr muita tinta. Aqui não teceremos argumentos. Mas, embora alinhe com os que querem o fim do século e do milénio no final do ano que vai começar, penso (eu, e confirmam os/alguns computadores;-)) que 2000 é um ano de viragem. Digamos que... psicologicamente. Só que a visão "psicológica" é muito mais decisiva (do que a "matematicamente correcta") numa área onde a arbitrariedade domina. A contagem do tempo faz-se de modo(s) arbitrário(s) e a sua divisão, ainda mais: afinal, porque/para que colocamos fim (e, logo, início) quando, sobre o que quer que seja, se completam 100 (ou 50 ou 1000) anos?

Assim, com a Science & Vie nº 987 (de Dezembro/99 -- segundo ela, o "número do século"!), o Canto proclama (arbitrariamente...) o ano 2000 ano do futuro. E apresenta o índice (que aquela revista francesa desenvolve em mais de 80 páginas) de 30 sonhos da humanidade de algum modo relacionados com a ciência, desde o conhecimento do Universo à cura do cancro, passando pela exploração do cérebro.

Fica aqui também uma nota sobre o último número do ano da revista Super Interessante, que fez um percurso por diferentes calendários. Lembrando que o ano 1999 do Ocidente corresponde ao 5760º do calendário hebraico, ao 5314º do maia, ao 4697º do chinês, ao 2127º do budista tibetano, ao 1993º do etíope, ao 1422º do muçulmano. E que na Índia... o Tempo é eterno.

nota posterior: em 2000 constituímos um pequeno dossier sobre o século 20.


  O canto da Filosofia
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