DO PROGRAMA
[Com esta unidade
pretende-se uma primeira abordagem a todo o Programa
e, simultaneamente, um primeiro encontro com uma área
até aqui desconhecida dos alunos. Pretende-se
que o aluno descubra que as questões filosóficas
brotam do próprio campo da experiência
vivida e interpelam essa mesma experiência. Assim,
do ponto de vista metodológico, propõe-se
um caminho que vai gradualmente do "vivido ao pensado",
do concreto ao abstracto,
do prático ao especulativo, do óbvio ao
problemático, do aceite ao questionável].
Daí que o 1º ponto -- "Do vivido ao
pensado" -- pretenda, a partir de uma análise
da experiência humana na sua espontaneidade e
pluralidade, distinguir os saberes directamente dela
decorrentes e que se organizam sobretudo em torno do
saber fazer e do saber viver, apresentando-se como dominantemente
concretos, vivenciais, pragmáticos e transmissíveis.
A dimensão comunicativa desses saberes aponta
para uma informação que se mediatiza em
línguas e em contextos culturais diversos, o
que conduz à 2ª rubrica e à questão
da linguagem e da
comunicação.
Entende-se que este tema implica, naturalmente, breves
referências ao processo comunicativo, às
funções da linguagem, à distinção
entre símbolo
e signo, as quais conduzirão a uma problematização
da linguagem como facto social. Temas possíveis
tais como comunicação de massas, conexão
entre comunicação e poder, formação
da opinião pública, consumo e publicidade
e sua intromissão no domínio do privado
e do pessoal, espontaneamente motivadores, surgem como
ocasião de uma reflexão crítica.
O ter-se optado pela colocação
da unidade da Lógica
no 2º momento do Programa (11º ano), não
significa que não se reconheça a conveniência
de dotar os alunos desde o início com o mínimo
de referências de carácter lógico.
Essas referências permitirão conectar a
linguagem e o pensamento, revelar o modo de formação
e utilização dos conceitos e dos outros
instrumentos lógicos e assim facilitar a passagem
para níveis mais exigentes de elaboração
teórica da experiência que constituirão
o núcleo da 2ª rubrica desta unidade. Não
se pretende um curso abreviado e rudimentar de lógica,
mas a disponibilização de noções
básicas como a de conceito,
juízo e raciocínio
com as distinções e caracterizações
elementares, que cada uma delas sugere, num sentido
eminentemente operatório.
Caberá ao professor decidir sobre
o modo de tratamento a adoptar, quer seja uma perspectiva
genética do pensamento e do discurso, quer seja
um desenvolvimento no ponto de vista formal que, ao
utilizar a linguagem natural, exclui qualquer entrada
no domínio da formalização.
PORTANTO deve o aluno
- Consciencializar a existência de níveis
diferentes de apreensão do real
- reconhecendo o valor da experiência
- distinguindo diferentes tipos de saber, de acordo
com as suas relações com a experiência
- Reconhecer o senso comum como o primeiro nível
de apropriação da realidade
- caracterizando o senso comum
- analisando virtualidades e limites do conhecimento
empírico
- Demonstrar a importância da linguagem na comunicação,
no mundo actual
- Compreender as funções da linguagem
enquanto meio de conhecer o real e o comunicar
- Analisar a relação entre pensamento
e linguagem
- Avaliar a importância da lógica na estruturação
de um discurso rigoroso e válido
Alguns ELEMENTOS DE APOIO
- O
conceito de experiência
- O senso comum
- [ver, na introdução acima, os conceitos
com hiperligações]
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