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"Embora o termo lógica tenha sido usado em diversas acepções no decurso da história da filosofia, é possível isolar o seu sentido preciso através da expressão lógica formal. Ao longo da sua história, a lógica formal tem-se ocupado da análise de relações entre proposições com vista a uma definição exacta do conceito de DEMONSTRAÇÃO e, já mais recentemente, de conceitos afins, como refutação, compatibilidade e confirmação, os quais em princípio podem no entanto ser reduzidos ao conceito de demonstração.Essencial para a caracterização da lógica é o facto de a análise mencionada ser feita unicamente a partir da forma do raciocínio expresso sem referência ao conteúdo factual implicado por ele. Esta distinção tradicional entre forma e conteúdo de um raciocínio é melhor expressa na possibilidade de a respeito de um raciocínio dado separar a sua validade dos factos ou da verdade afirmada nele, de modo que o raciocínio possa vir a ser considerado válido embora as proposições incorporadas nele possam ser consideradas falsas. É assim que
Se todos os chineses são piromaníacos e Sócrates é chinês, então Sócrates é piromaníaco
é um raciocínio válido, no que diz respeito à sua forma, embora sejam falsas todas as proposições que o compõem.
Um raciocínio é composto por uma ou mais premissas e termina com uma conclusão. Embora se faça a separação da validade de um raciocínio da verdade das proposições componentes, há no entanto uma relação entre os dois conceitos, de validade e verdade, que é constitutiva de qualquer raciocínio válido: um raciocínio não pode ser considerado válido se a partir de premissas verdadeiras se chega a uma conclusão falsa.
Enquanto que as premissas e a conclusão de um raciocínio podem ser expressas por proposições de uma certa linguagem natural, de que a língua portuguesa é um exemplo, o estudo das formas válidas de raciocínio não é o estudo dessa linguagem natural. Para um desenvolvimento diferenciado desse estudo recorre-se por isso à construção de linguagens artificiais, representadas no conceito de LINGUAGEM FORMAL, as quais têm sobre a linguagem natural a vantagem de reproduzir conspicuamente a forma lógica.
[M. S. Lourenço in Enciclopédia de termos lógico-filosóficos, verbete Lógica (elementos bibliográficos aqui)]
||| | Ver Boole (lógica booliana) |
||| | Princípios lógicos: em Potenciar a razão, Fernando Savater apresenta os princípios lógicos como uma necessidade da vida em sociedade. |
||| | Haverá lugar para uma lógica filosófica? ...e para a lógica num programa de Filosofia do ensino secundário? Questões-pretexto para um texto (interrogante) de Júlio Sameiro [aqui] |
[Actualização
a 02/10/10]
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