LEXICON |
"Significado comum: abordagem filosófica que consiste na apropriação das melhores teses ou elementos dos diversos sistemas quando são conciliáveis, em vez de edificar um sistema novo. Significado particular: Escola de Victor Cousin (1792-1867); o objectivo desta filosofia é, segundo o seu autor, 'discernir entre o verdadeiro e o falso nas diversas doutrinas e, após um processo de depuração e separação através da análise e da dialéctica, reuni-las num todo legítimo, com vista à obtenção de uma doutrina melhor e mais vasta'." (Dicionário Prático de Filosofia).
Ver Destino.
Na conferência Potenciar
a razão, Fernando Savater fundamenta na autonomia
uma certa dimensão suicida da educação, estabelecendo
ligações entre a educação e a razão --
e esclarecendo que a educação é mais do que transmissão
de informação.
Em Um
paradigma filosófico -- o método adversarial, Janice Moulton
analisa a refutação do egoísmo por parte dos defensores
do método adversarial.
Ver ainda: Potenciar
a razão de Fernando Savater.
"a ciência não se serve
dos dados empíricos -- que sempre são singulares -- como tais;
estes são mudos enquanto não se manipulam e convertem em peças
de estrutura teóricas" (do texto O
conhecimento científico).
David
Hume é notável representante da corrente empirista
O texto Filosofia
da Idade Contemporânea (que aponta a filosofia de Hegel
e as reacções contra ela -- nomeadamente, a de Comte
e do positivismo como uma das linhas fundamentais
da filosofia contemporânea) afirma
que é possível reconhecer o positivismo
em correntes filosóficas anteriores, nomeadamente, o empirismo e o
positivismo lógico.
Na rubrica Alguns modelos explicativos do
conhecimento da unidade O Conhecer e o Ser do programa do 11º
ano de Introdução à Filosofia (ano lectivo 2001/02) são
considerados o racionalismo, o empirismo
e o apriorismo [a referida rubrica está
aqui]. O texto Alguns
modelos explicativos do conhecimento apresenta as ideias-chave do racionalismo,
do empirismo, do apriorismo e do construtivismo.
O Ensaio sobre o Entendimento Humano de
Locke é uma obra de referência do
empirismo. O Canto tem uma síntese dessa obra [aqui].
Os filósofos "defensores"
do epicurismo são designados por epicuristas ou epicureus.
Ver ainda o texto A
transcendência no romance São Manuel Bom, Mártir
de Miguel de Unamuno (a morte para os epicuristas).
Ver Obstáculo
Epistemológico.
"As asserções programáticas proliferam
na filosofia, particularmente na epistemologia e na filosofia
da linguagem." (in Um paradigma filosófico
-- o método adversarial).
No texto Teresa,
a Filósofa Fernando Savater analisa
a relação entre filosofia e
pornografia/erotismo (e entre sexualidade
e mortalidade -- uma relação assumida
em Dom João e permite distinguir o mero
sexo do erotismo).
Existe um erotismo virtual?
Ver ainda o
meu Dicionário Filosófico.
Na perspectiva de uma filosofia da
poesia (que se propõe "estudar os
problemas propostos pela imaginação
poética") e utilizando o método fenomenológico,
Bachelard pretende, na obra A
Poética do Espaço, examinar "as imagens do espaço
feliz", visando "determinar o valor humano dos espaços de posse,
dos espaços defendidos contra forças adversas, dos espaços
amados". Trata-se de um espaço que, "percebido pela imaginação
não pode ser o espaço indiferente entregue à mensuração
e à reflexão do geómetra. É um espaço vivido"
(p. 19).
São abordados os problemas da poética da casa, da casa das coisas (gavetas, cofres e armários), dos refúgios (do vertebrado -- os Ninhos -- e do invertebrado -- as Conchas), dos cantos, dos pares pequeno/grande (Miniatura/Imensidão) e exterior/interior e da intimidade do redondo.
2. "Personalidade excepcional, de profunda riqueza interior, faz poesia da sua experiência de mulher, com superior consciência artística – poesia generosa, convulsa e ardente, em que toda a gama do amor se desdobra, da exaltação dos sentidos ao apetite de sacrifício, aos momentos de plenitude e de beatitude (...) aos extremos de ternura e aos de desencanto e sofrimento, ao ressaibo amargoso das análises lúcidas, à consciência da solidão na união, da dolorosa, inelutável alteridade (...). Através de estados excessivos de transporte e de aniquilamento, numa vibração prodigiosa, que raros poetas atingem, mesmo numa lírica caracterizadamente emocional como a nossa, Florbela Espanca reflecte uma fundamental insatisfação – ânsia de absoluto, de infinito (...) tornada mais patética pela verificação do finito (...) abrindo caminho à revolta, que na sua vida se traduziu em trágico epílogo." (Jacinto do Prado Coelho, org. - Dicionário de Literatura).
No Lexicon (verbete Desejo) pode ler um poema de Florbela Espanca.
Espécie é uma classe que tem maior compreensão e, portanto, menor extensão que outra, chamada género. Ex.: a classe dos homens é uma espécie em relação à classe dos animais.
Se não fosse esta certeza
que não sei de onde me vem,
não comia, não dormia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos à boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.
(António Gedeão - Poesias Completas)
||| "A formação religiosa
de Espinosa: (...) judeu de origem portuguesa (de família marrana),
Espinosa viveu sempre na Holanda. Teve em primeiro lugar uma formação
judaica tradicional na sinagoga portuguesa de Amesterdão (1639-50);
aprendeu hebreu, a Tora, um pouco do Talmud (embora não tenham sido
encontrados vestígios da sua inscrição nas grandes aulas
da sinagoga). Sabemos que nessa altura reina em Amesterdão um
clima de tolerância excepcional e que os Judeus estão aí
bem integrados. Mas existem, evidentemente, figuras dissidentes de destino
trágico: Uriel da Costa, excluído em 1633 por se ter orientado
para a religião natural, suicida-se em 1640. Espinosa é objecto
de uma expulsão definitiva (Herem) a 27 de Julho de 1656. Em 1661,
sentindo-se ameaçado, deixa Amesterdão e parte para Rijnsburg
onde frequenta os meios colegiais. Em 1666, o seu médico e amigo Louis
Meyer publica um livro que fará escândalo: La Philosophie
interprète de l'Écriture Sainte. Em 1670, é publicado
anonimamente o Tratado Teológico-Político; em 1677, Espinosa
morre e os seus amigos publicam as suas Opera Posthuma". (Conferências
de Filosofia, p. 126-127).
||| Ver Panteísmo (há
quem considere que encontramos em Espinosa a forma mais elaborada de Panteísmo).
||| Ler ainda
a) | no livro Conferências de Filosofia, o capítulo Espinosa, a religião filosófica. Nele "Jacqueline Lagrée convida-nos a reler Spinoza, sem interpretações pré-concebidas, não como um ateu destruidor das tradições religiosas saídas do judaismo, mas como o apóstolo laico de uma religião natural universal, garante do espírito de tolerância e de ética da fraternidade" (do prefácio). |
b) | o texto A transcendência no romance São Manuel Bom, Mártir de Miguel de Unamuno. |
c) | a recensão de o meu Dicionário Filosófico. |
d) | o verbete Essência. |
Das três
metamorfoses (do espírito: em camelo, em leão e em criança)
é um extracto do livro Assim Falava
Zaratustra, de Nietzsche.
O livro Conferências
de Filosofia tem um capítulo intitulado A
liberdade do espírito: uma dissidência
originária, onde a própria
existência do espírito é definida como liberdade.
Ver também Sexo,
Carne e Corpo.
||| A filosofia de Espinosa é, por excelência, uma filosofia da essência. O existencialismo ateu (de Sartre, por ex.) contesta a prioridade da essência em relação à existência: "a existência precede a essência", o Homem cria-se a si próprio, pelos seus actos e escolhas. [Ver, a este propósito, poema de António Machado]
Ler, no livro Conferências
de Filosofia, o capítulo O apagamento
das fronteiras da arte a tarefa da estética.
||| Ver também
Amor, Ataraxia,
Destino, Montaigne
e Panteísmo.
||| "Os estóicos e os primitivos
cristãos pensavam que o homem podia
realizar o supremo bem que a vida humana é
capaz por meio da sua própria vontade, sozinho, ou pelo menos sem outra
ajuda humana" (do texto O amor)
Ler texto Nietzsche,
um filósofo actual.
No texto A
Matemática à luz de Conceitos Fundamentais da Matemática
de Bento Jesus Caraçaa sua geometria é enquadrada na
época (na sociedade grega).
||| | "Sartre não é o fundador do existencialismo porque este movimento de pensamento confunde-se com a História do pensamento filosófico, e é preciso, sem dúvida, remontar das origens até Sócrates que, perante a explicação do mundo pelos físicos gregos, recorda o imperativo interior da consciência pessoal. É ainda a mensagem de S. Agostinho, que, diante da ruína da civilização romana, recorda através da sua existência o sentido profundo da experiência pessoal e humana. É ainda Pascal que reconduz à inquietação existencial diante do optimismo do pensamento cartesiano: é sem dúvida possível dizer, com Mounier, que Pascal 'traçou todos os caminhos que conduzem a cada tema do existencialismo de hoje'. A filosofia da existência enraíza-se pois numa longínqua descendência de pensadores. Parece no entanto deverem procurar-se as origens imediatas dessa filosofia em Kierkegaard e Nietzsche, que, um cristão e o outro ateu, darão os temas essenciais dum existencialismo ateu representado por Sartre e dum existencialismo cristão exprimido por Gabriel Marcel. O existencialismo e o personalismo estão muito próximos porque invocam ambos o facto irredutível da pessoa e do existente. O acto de liberdade que engendra a decisão humana ergue o homem contra uma solidão trágica, mas afirma-o sempre como anterior ao determinismo" (Michel Richard - As grandes correntes do pensamento contemporâneo, p. 113-14. Esta obra, cujas referências bibliográficas estão aqui, tem um capítulo dedicado ao existencialismo: p. 103-116) |
||| | O texto Filosofia da Idade Contemporânea aponta a filosofia de Hegel (e as reacções contra ela -- nomeadamente, a do existencialismo, que faz depender da fenomenologia de Husserl) como uma das linhas fundamentais da filosofia contemporânea. |
||| | Ver o verbete Essência |
Termo criado pelo geneticista Joshua
Lederberg, em 1961, acreditando que a exploração espacial,
então em "explosão", permitiria meios de pesquisa suficientes
para estudar de modo sério e rigoroso a questão da vida extraterrestre.
A história do desenvolvimento deste estudo (que tem em Carl
Sagan um grande expoente) é sintetizada num artigo de um número
especial da revista Sciences et Avenir (Janeiro/2000) dedicado às
grandes ideias do século.
A exobiologia contribuíu para
pôr em questão as próprias noções de vida
e de inteligência e para afirmar uma visão do Universo segundo
a qual o homem já não é
a ponta de lança da organização da matéria.
EXPERIÊNCIA
Dada a extensão desta página, este verbete foi deslocado para
uma página independente; p.f., clique
aqui para a ler.
||| No texto Ciência e lei natural Bento de Jesus Caraça explica o que entende por explicação de um fenómeno natural.
||| O conceito de extensão é uma das noções
básicas de lógica incluídas no programa (2001/02)
de Introdução à Filosofia do 11º ano (unidade
lógico-argumentativa)
||| Segundo a extensão do sujeito de uma proposição,
esta pode ser universal, particular ou singular [ver verbete Proposição]
[Actualização
a 03/02/14]
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