INTRODUÇÃO À FILOSOFIA - 11º ano
Introdução

O SENTIDO DA
EXISTÊNCIA HUMANA

O conhecer e o ser
O universo da lógica Página de entrada d'O Canto
 

[Esta é a 3ª das 3 unidades temáticas do programa (veja as 3 unidades aqui)]

UNIDADE FINAL: O SER HUMANO E O SENTIDO DA EXISTÊNCIA

    • A busca de sentido na existência humana
    • A experiência da finitude como abertura para um horizonte de sentido: natureza, humanidade, Deus

Para uma primeira aproximação à unidade, pode reflectir sobre algumas das suas questões fundamentais.

Organize as ideias procurando

  1. analisar o(s) significado(s) da palavra/conceito sentido (como significado, como finalidade ou direcção, como contexto, como valor, como razão de ser, como conexão ou causa), aplicando-o(s) às expressões sentido da vida, sentido da existência humana...

    Tenha em conta que, quando se pergunta pelo sentido da vida humana, é da vida como um todo que se trata. Como acentua Thomas Nagel, no último capítulo (exactamente com o título O sentido da vida) de Que quer dizer tudo isto? [elementos bibliográficos aqui], para a maior parte das coisas que fazemos na vida existem justificações: comemos porque temos fome, dormimos porque estamos cansados, etc. (este é um sentido pragmático, utilitário); mas nenhuma destas explicações explica a finalidade da vida como um todo (um sentido incondicionado, absoluto);

  2. construir uma posição pessoal sobre o tema, considerando algumas das diversas respostas à questão:
    • a que nega que tal sentido exista;
    • a que encontra tal sentido no sagrado, na religião, no absoluto, em Deus -- no transcendente.
    • a que encontra esse sentido sem o recurso à transcendência -- situando-o, por exemplo, na participação em projectos políticos ou sociais: nos movimentos ecologistas, em organizações de defesa dos direitos humanos, etc..

Alguns recursos de apoio:

  1. No texto O sentido da vida, Fernando Savater mostra que a pergunta pelo sentido da vida tem um carácter religioso e tenta reposicioná-la de modo a que fique filosoficamente válida.
  2. A morte (e outras situações-limite: o sofrimento, o mal, a impotência face aos elementos naturais...) está na génese da questão do sentido da existência. O texto A transcendência no romance San Manuel Bueno, Mártir de Miguel de Unamuno liga os termos transcendência/morte/imortalidade.
  3. O livro de Jean-Paul Sartre O Existencialismo é um Humanismo (Editorial Presença) sintetiza a posição do existencialismo ateu do autor. O seu ponto de partida é a negação da existência de Deus; "tudo é permitido se Deus não existe; fica o homem, por conseguinte, abandonado, já não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. (...) Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, o domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. É o que traduzirei dizendo que homem está condenado a ser livre, (...) está condenado a cada instante a inventar o homem". O homem é, portanto, um projecto; a sua vida é simultaneamente contingente (porque submetida ao aleatório), absurda (porque sem justificação -- prévia), embora coerente (pelas escolhas, obrigatórias, operadas em função das situações).
  4. A encíclica A fé e a razão (Fides et ratio) liga a pergunta sobre o sentido da vida à pergunta sobre a verdade, afirmando: "À primeira vista, a existência pessoal poderia aparecer radicalmente sem sentido. Não é preciso recorrer aos filósofos do absurdo, nem às perguntas provocatórias que se encontram no livro de Job para duvidar do sentido da vida". Refere, depois, entre outras razões para essa (aparente?) falta de sentido, a experiência quotidiana do sofrimento, os muitos factos inexplicáveis, a inevitabilidade da morte. [Embora não seja importante para o tema desta unidade -- a referida encíclica está aqui].

Uma das actividades possíveis: a redacção de um texto de reflexão pessoal tomando como referências posições como as seguintes:

  1. Olha a vida e sorri. E não te perguntes para quê. Porque o mais extraordinário dela é justamente não ter para quê. Saber para quê é dar-lhe uma finalidade conclusa, limitá-la, fechar-lhe o seu excesso. Pensa assim que o seu absurdo é a sua maior razão. (Vergílio Ferreira - Pensar)
  2. No fim da consulta, desabafou:
    -- A vida não tem sentido...
    -- Ela, em si, não... -- respondi. -- Mas tem o sentido que lhe damos. Tem a nossa riqueza, o nosso entusiasmo, o nosso orgulho... Ou a nossa covardia.

    (Miguel Torga - Diário XII)
  3. "O 'sem-sentido' não se pode demonstrar, nem viver. É tão-só contraditório. Em termos gnosiológicos, e em termos ontológicos. O homem é constitutivamente tensão-para o Horizonte Absoluto. Por isso, quem se contente com 'satisfações' particulares vive necessariamente em deficit. (S. J. Formosinho e J. O. Branco)

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©Set/2001-Mai/2002

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