LEXICON |
LADAINHA DOS PÓSTUMOS NATAIS
Há-de vir um Natal e
será o primeiro em que se veja à mesa o meu lugar vazio Há-de vir um Natal e será o primeiro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
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Há-de vir
um Natal e será o primeiro em que nem vivo esteja um verso deste livro Há-de vir um Natal e será o primeiro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
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(D. Mourão-Ferreira - Obra Poética, p. 244-245)
||| Sobre a visão
trágica da morte (em Unamuno): ver San
Manuel Bueno, Mártir é também um texto político.
||| Há uma temática comum às
cantatas BWV 8, 27, 95 e 161 de Bach, todas escritas para o 16º domingo
depois da Santíssima Trindade: reflexão sobre a morte considerada
como ponto de partida para uma nova vida. Sobretudo "transcendente
é o carácter da Cantata nº 161, Komm du süsse Todesstunde
(Vem, doce morte, ó abençoada purificadora). Aqui, o
hino Herzlich tut mich verlangen (Meu coração anseia
sempre pela libertação na abençoada morte), o qual
iria desempenhar um papel tão importante como coral da Paixão
na Paixão Segundo São Mateus, constitui a estrutura básica
para toda a composição. Na primeira ária para contralto,
na qual a melodia espiritual das flautas doces parece expressar uma promessa
de vida eterna, o órgão entoa esse coral, e é retomado
de novo no final pelo coro inteiro, numa visão de beatitude que atinge
as raias do transe. Entre os outros números, o recitativo N° 4,
acompanhado pela orquestra inteira, fornece uma ilustração profundamente
emocionante de sono e despertar. Na parte do cantor, o anseio de libertação
dos grilhões terrenos atinge seu clímax extático, enquanto
as flautas doces, com notas agudas rapidamente repetidas, as cordas com sombrios
pizzicati e os baixos com majestosos saltos de oitavas, fazem soar um coro
sobrenatural de sinos dobrando a finados" (Karl GEIRINGER - Johann Sebastian
Bach. O apogeu de uma era. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
1991, p. 157).
||| Ver ainda Vida;
o texto Teresa, a Filósofa (onde
Fernando Savater analisa a relação
entre filosofia e pornografia/erotismo
e entre o sexo e a morte); a resposta de um
aluno à questão (de um teste
do 12º ano) "E se vivêssemos para sempre?" (onde se encara
a hipótese de vida sem morte).
||| Leia também n'O Canto:
A morte na sociedade de consumo dos nosso dias
(um artigo de Octavio Paz); a opinião (discordante)
de Henrique Jorge; a análise de Armando
Brito de Sá.
||| | E ainda: a) Para Montaigne
a morte é o grande obstáculo
à felicidade. b) O texto A transcendência no romance São Manuel Bom, Mártir de Miguel de Unamuno faz uma análise do tema da morte (particularmente segundo a perspectiva de Unamuno) ligando os termos transcendência/morte/imortalidade. |
[Actualização
a 02/05/13]
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