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Giordano Bruno
 

 

GIORDANO BRUNO

foi queimado vivo a 17/2/1600


do Público de 31/janeiro/2000

Roma homenageia filósofo queimado pela Inquisição 

Giordano Bruno, um frade dominicano italiano queimado vivo, há 400 anos, na fogueira da Inquisição católica, devido às suas ideias originais sobre a lei natural, vai ser homenageado em Roma, ao longo deste ano. O célebre filósofo e escritor, que viveu entre 1548-1600, foi o primeiro a admitir o infinitude do Universo mas após oito anos de processo inquisitorial e depois de rejeitar a hipótese de se retratar, o que o teria livrado da morte, Bruno foi condenado a morrer queimado, a 17 de Fevereiro de 1600, numa pira erguida na Praça do Campo das Flores, em Roma, onde há hoje uma estátua em sua honra. Na sua obra, o filósofo reflectiu sobre si próprio, a natureza e o mundo, durante o processo inquisitorial. Este frade dominicano que viajou pela Europa, cometeu a imprudência de voltar a Veneza, onde o seu calvário começou em 1592. Entre as homenagens que lhe serão feitas este ano destaca-se um congresso internacional de especialistas que vão analisar a sua obra e a publicação dos seus "escritos mágicos", explicou o vereador da Cultura, Gianni Borgna. O congresso incide não só sobre as suas 309 obras filosóficas, mas também sobre trabalhos de cosmologia, matemáticas e ciência, sem esquecer a comédia satírica "Il Candelaio" ("O Veleiro"). Exposições, concertos e representações teatrais servirão também para recuperar a memória sobre a figura de Giordano Bruno, conhecido como o filósofo da liberdade e da tolerância, firme defensor das teorias copérnicas e impulsionador da lei da Natureza. 


de Os Génios do Cristianismo (p. 100 e 106-107)

As fogueiras da Inquisição semeiam o terror

Na peça que Victor Hugo consagra, em 1869, àquele que foi, de 1483 até à sua morte, em 1498, inquisidor-geral de Espanha, Tomás de Torquemada profere estas palavras terríveis:
Para que o inferno se feche e o céu se abra, é necessária esta fogueira.
Porque
O inferno de uma hora anula o inferno eterno
O pecado arde com o vil andrajo carnal
E a alma sai, esplêndida e pura, da sua chama
Porque a água lava o corpo, mas o fogo lava a alma.


(...)Numa obra de 1543, contemporânea da Inquisição espanhola e da Contra-Reforma, o polaco Nicolau Copérnico destrói a concepção tradicional do mundo. Não é o Sol que gira em torno da Terra, mas a Terra que gira em torno do Sol. Esta tese contradiz a leitura à letra dos textos bíblicos, nomeadamente a descrição de Josué parando a rota do Sol: Sol, pára sobre Gabaão, Lua, sobre o vale de Ayalon. E o Sol parou e a Lua imobilizou-se.

Roma pôs a obra de Copérnico no Índex em 1616 — até que seja corrigida. Galileu, que a retoma, é também ele condenado em 1633. E, contudo, ela move-se, exclama ele quando do seu processo. Ser-lhe-á fixada residência até ao fim da vida, e hão-de passar três séculos até que seja reabilitado pelo Vaticano. Também próximo das teses de Copérnico, acusado de magia, o filósofo panteísta Giordano Bruno morre na fogueira em Roma, em 1600. Antes dele, ainda em 1533, Michel Servet, teólogo espanhol suspeito de negar o dogma da Santíssima Trindade, morrerá igualmente na fogueira, condenado não por Roma, mas pelo austero magistério calvinista de Genebra.
 
Noutro local d'O Canto pode encontrar todo o capítulo (As fogueiras da Inquisição semeiam o terror). Nele se sintetiza a história da Inquisição que queima os cátaros e os valdenses, a Espanha dos Reis Católicos, o judeu e o iluminado, a Florença dos Médicis -- o frade Savonarola.

A Revista do Expresso de 19/Fevereiro/2000 recorda Giordano Bruno, o irredutível filósofo. Por enquanto, estão disponíveis os 2 artigos publicados: 400 anos de polémica e O pensamento de Bruno: tente no endereço geral da edição 1425 -- se não conseguir, encontra-os n'O Canto, num ficheiro de formato zip.


 
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