- é um cálculo formal, independentemente da matéria
sobre a qual incide o raciocínio
- diz respeito à verdade de uma conclusão a partir das
premissas com que necessariamente se relaciona
- a prova demonstrativa é impessoal
- a sua validade depende das deduções efectuadas
- um sistema dedutivo apresenta-se isolado de todo o contexto
- é independente de qualquer sujeito, mesmo do orador
- utiliza uma linguagem artificial
- a sua linguagem formal não conduz a equívocos
- como a verdade é uma propriedade da proposição,
daí que não haja variação de intensidade
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- argumentar é fornecer argumentos
- utiliza a retórica, a
dialéctica e a tópica
- é pessoal, dirige-se a indivíduos para obter a sua
adesão cuja intensidade é variável
- é necessariamente situada, no sentido em que o orador depende
do auditório para a sua construção
- persuadir um auditório exige: reconhecê-lo como interlocutor,
agir sobre ele intelectualmente e não pela força; tem
que ter em conta as reacções para a adaptação
do discurso
- não é monologar, mas sim comunicar/dialogar/discutir
- tem como efeito incitar a uma acção imediata ou pelo
menos predispor a uma acção eventual
- o meio de comunicação é uma língua natural
- devido às suas características, os equívocos
são possíveis
- porque visa a adesão a uma tese por parte de um auditório,
é variável, e daí que a intensidade da adesão
possa ser sempre utilmente acrescida
- o valor e a quantidade de uma argumentação não
pode medir-se unicamente pelo efeito obtido, pois depende também,
e essencialmente, da qualidade do auditório que se consegue
ganhar através do discurso
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(AMORIM, Carlos; AGUIAR, M. Isabel Chorão; MOREIRA,
M. Margarida Baptista - Introdução à Filosofia
11. Porto: Areal Editores, 1998, p. 100)
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