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São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitras,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade - Poemas)
Consulte
ainda, no Canto,
| » | algumas ideias soltas, sobre o poder da Palavra, de alunos do 10º ano. E o "caso" de Xerazade é ilustrativo desse poder (ler Xerazade, o Rei e as Palavras) |
| » | teste de filosofia para o 12º ano (que propõe o desenvolvimento do tema palavra e poder) |
| » | Os animais segundo Mia Couto: 2 crónicas em que se ilustra uma das características daquele escritor: a sua arte de recriar a língua (portuguesa) e, neste caso também, a arte de a (re)pensar a partir da sua "face física" -- o termo. |
| » | o poema Palavras de Joaquim Pessoa |
[Actualização a 02/02/22]
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